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Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho

Autor: Ricardo Antunes.

"O livro de Ricardo Antunes contém reflexões teóricas de grande interesse acerca da questão atual da distinção marciana entre "trabalho abstrato" e "trabalho concreto", bem como sobre a hegemonia cada vez mais marcada do primeiro sobre o segundo na organização capitalista da sociedade. Apoiando-se na Ontologia do ser social de Georg Lukács, o sociólogo brasileiro defende corajosamente a idéia de um papel central do trabalho com "protoforma" da organização da sociedade, e esclarece a importância da passagem do estado de heteronomia àquela da autonomia real da condição operária."

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FICHA DO LIVRO

Título: Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho
Autor: Ricardo Antunes
Editora: Cortez
Páginas: 216
Ano: 2010
Edição: 14ª
Peso: 330 g

Gênero: Sociologia - Trabalho - Ciências Sociais

ISBN: 9788524914607
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As origens do fascismo

Autor: José Carlos Mariátegui.

As origens do fascismo, fenômeno político que exerceu enorme influência em alguns países ao longo do século XX, foram analisadas por diversos estudiosos. Entre os teóricos é fundamental o olhar latino-americano de José Carlos Mariátegui, um dos primeiros a observar e acompanhar de perto os eventos ocorridos na Itália, além de tentar proporcionar uma interpretação precisa e acurada deste movimento singular, quando era jornalista e escrevia para um jornal peruano.

Mariátegui, em busca de um clima mais adequado para sua frágil saúde, mudou-se para a Itália em 1919 e encontrou um país marcado por várias experiências históricas. O Risorgimento possibilitara uma unidade geográfica, construída e idealizada pela burguesia italiana, que deixou de lado o elemento popular. A contínua fratura do norte desenvolvido e do sul agrário e dependente – o ponto nevrálgico da estrutura econômica do país – manteve-se praticamente intacta durante toda a segunda metade do século XIX. A Itália, unida a partir do ideal cultural mazziniano através do ímpeto diplomático e militar de líderes políticos e revolucionários, como o Conde de Cavour e Giuseppe Garibaldi, ainda não atingira a maioria da população, que não falava o italiano ainda e preferia dialetos regionais.

O revolucionário peruano mostra em seus artigos, agora reunidos neste livro, que o Estado italiano surgido do Risorgimento era politicamente fraco, conservador e burocratizado e mantinha quase que inalteradas as relações e os compromissos entre a burguesia e os setores latifundiários. A Itália aparecia no cenário europeu sem força política, militar ou econômica diante das grandes potências industriais europeias. Porém uma força avassaladora estava para tomar o país: o fascismo de Benito Mussolini. Nesta série de ensaios que o revolucionário peruano Mariátegui publicou na época, agora reunidos pelo historiador Luís Bernardo Pericás, vemos o fascismo crescer e se tornar a maior força política da Itália. Dessa forma, este é um livro fundamental para se entender uma das maiores ditaduras do nosso tempo.


FICHA DO LIVRO


Páginas: 178


ISBN: 978-85-98325-78-3

Sobre o organizador: Luiz Bernardo Pericás é doutor em História pela USP, pós-doutor em Ciência Política pela FLACSO (México) e História pela Universidade do Texas. Autor de Che Guevara e a luta revolucionária na Bolívia e Um andarilho das Américas.
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A classe operária vai ao Parlamento

Autor: Dainis Karepovs.

  O Bloco Operário e Camponês na política brasileira

 Desde a proclamação da República já existiam no Brasil partidos políticos que se diziam operários. Mais recentemente, pudemos presenciar a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a Presidência da República. Marco histórico na vida da República brasileira, pois assinalou, pela primeira vez, a chegada ao Poder Executivo de um representante da classe trabalhadora, onde até então só haviam ocupado o cargo membros ou representantes da elite político-econômica brasileira. Esse fato foi resultado de uma longa trajetória, que se iniciou, efetivamente, nos anos de 1920.

A Classe Operária vai ao parlamento traz o exame dessa trajetória, de quase um século, do Bloco Operário. Devido à grande abrangência do tema, a obra se foca nos acontecimentos da cidade do Rio de Janeiro, onde se constituiu a experiência de maior visibilidade. Excetuando-se apenas um episódio referente ao município de Santos, onde pela primeira vez, em 1925, os comunistas tiveram sua disputa eleitoral.

O assunto do Bloco Operário é ainda um tema atual em nossa história política, propiciando elementos de reflexão ainda hoje válidos: seja pelas reivindicações dos trabalhadores que continuam sem atendimento, seja pelas práticas políticas da elite brasileira, seja pela apropriação privada dos mandatos políticos praticada por essa mesma elite ou ainda por uma série de outros temas com os quais iremos nos defrontar nas páginas do livro.


FICHA DO LIVRO


Páginas: 178

Gênero: História

ISBN: 85-98325-35-X

Sobre o autor: Dainis Karepovs é historiador e doutor em História pela USP. Autor de Luta Subterrânea: o PCB em 1937-1938 (2003), A História dos Bancários: Lutas e Conquistas, 1923-1993 (1993) e Na Contracorrente da História (1987, em parceria com Fulvio Abramo). É pesquisador do Centro de Documentação do Movimento Operário Mario Pedrosa – CEMAP.
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A derrota da dialética


A recepção das ideias de Marx no Brasil, até o começo dos anos 30.

Nas páginas deste livro, comprovamos que não é fortuita a determinação de Leandro Konder em desmistificar a predominância do legado estalinista, desde as origens, no marxismo brasileiro. Esse esforço decorre de sua sólida formação filosófica obtida do jovem Marx - que aprendeu a cultivar em suas incursões por Gramsci e Lukács. Vem daí a tão apaixonada defesa da dialética que tanto o distingue do positivismo rasteiro do marxismo instrumental. Mas é principalmente essa formação que conduz a riqueza de sua análise sobre a miséria brasileira.

FICHA DO LIVRO


Páginas: 264


ISBN: 978-85-7743-119-9
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O Avesso do Tabalho

Autores: Ricardo Antunes e Maria Aparecida Moraes Silva (orgs.).



O livro oferece uma radiografia do mundo do trabalho no Brasil dos dias atuais, particularmente depois da devastação neoliberal da última década. Reúne pesquisas desenvolvidas junto aos trabalhadores urbanos e rurais, oferecendo um desenho abrangente e multifacetado desse campo, desmistificando as engrenagens da reestruturação produtiva e mostrando como ela penaliza em profundidade os trabalhadores e as trabalhadoras.




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FICHA DO LIVRO


Título: O avesso do trabalho
Autores: Ricardo Antunes e Maria Aparecida Moraes Silva (Orgs.)


Editora: Expressão Popular
Páginas: 344


Gênero: Sociologia - Ciências Sociais - Trabalho


ISBN: 85-87394-49-5

Veja também:



- O Avesso do Trabalho II - de Edvania Lourenço, Vera Navarro, Iris Bertani, Jose F. S. da Silva e Raquel Sant'ana (Orgs.)
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A Imprensa de Esquerda e o Movimento Operário (1964-1984)


A censura à imprensa durante quase todo o longo período da ditadura militar (1964-1984) deixou as ações do movimento operário ignoradas tanto pelo público em geral quanto pela maioria dos estudiosos. Estes, ao constatarem a ausência de greves nos noticiários, concluíram pela inexistência da consciência de classe. Os trabalhadores brasileiros formariam uma “classe em si”, inconsciente, que não teria alcançado ainda o nível da verdadeira consciência (“para si”).

Neste livro, o professor Celso Frederico rompe com essa contraposição abstrata e nos apresenta a ação real da classe que a imprensa amordaçada não podia noticiar. Para tanto, recolheu os textos produzidos clandestinamente pelas organizações de esquerda, porque estas, protagonistas e analistas do movimento operário urbano, viveram o dia a dia da luta de classes e foram testemunhas das ações desenvolvidas pelos trabalhadores naquela difícil quadra da história. Cada capítulo foi precedido por uma introdução que contextualiza os acontecimentos e explica as diferentes concepções que orientaram a ação das organizações clandestinas.

Vemos assim as primeiras reações ao golpe de 64, a reorganização do movimento operário a partir de 1966; as greves que eclodiram em 1968 (em especial, a greve de Osasco); a resistência operária durante a fase da repressão mais dura (1969-1971); as relações entre a guerrilha urbana e o movimento operário; o trabalho clandestino dos militantes nas fábricas; as análises da superexploração da força de trabalho no período chamado de “milagre brasileiro” e, como reação, a ocorrência de pequenas greves localizadas; as grandes greves de 1978-1980; e, finalmente, a articulações intersindicais que confluíram para a formação das centrais sindicais.

Esse conjunto de temas interessa tanto aos estudiosos do movimento operário quanto aos militantes de esquerda.

FICHA DO LIVRO


Páginas: 330
Peso: 390 g

Gênero: Ciências Sociais - Comunicação

ISBN: 978-85-7743-160-1
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A Ideologia Alemã

Autores: Karl Marx e Friedrich Engels.

Uma das mais importantes obras de Karl Marx e Friedrich Engels. As relações entre as diferentes nações dependem do estágio de desenvolvimento em que cada uma delas se encontra, no que concerne às forças produtivas, à divisão do trabalho e relações internas. Marrx e Engels polemizam com os jovens Hegelianos enquanto desenvolvem os princípios do materialismo históricos e da dialética marxista.
Inclui as Teses contra Feuerbach




FICHA DO LIVRO


Editora: Martins Fontes
Ano: 2007
Edição: 3ª
Páginas: 174.


ISBN: 8533623453
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A produção capitalista do espaço

Autor: David Harvey.

 A produção capitalista do espaço agrupa sete textos, escritos entre 1975 a 2001, de índole essencialmente metodológica, que buscam explicar os fundamentos teóricos e conceituais com que opera David Harvey em sua singular "geografia". As concepções marxistas do Estado, das classes sociais, da acumulação, da urbanização e da renda, entre outras, são discutidas neste volume, que também apresenta uma entrevista com o autor publicada pela New Left Review no ano de 2000.




FICHA DO LIVRO

Autor: David Harvey

Editora: Annablume
Páginas: 251


ISBN: 8574194964




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Brincadeira de Papéis Sociais na Educação Infantil

"As Contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkoni"

Autores: Alessandra Arce e Newton Duarte (Orgs).

A proposta deste livro é abordar a brincadeira de papéis sociais, também chamada de jogo protagonizado, na perspectiva da psicologia sociohistórica, apresentando e analisando, em linguagem clara e objetiva, as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin para a exploração do potencial educativo da brincadeira de papéis. O que faz da brincadeira na educação infantil uma atividade particularmente rica para a educação da criança em idade pré-escolar? O que diferencia a brincadeira de papéis sociais de outras formas de atividade lúdica? Esse tipo de brincadeira surge espontaneamente nas relações entre as crianças ou requer a intervenção dos adultos para surgir e se desenrolar? O que fazer quando a brincadeira de papéis não surgir espontaneamente entre as crianças? Como articular de maneira adequada a observação de ações infantis espontâneas e a intervenção pedagógica? Qual a função da fantasia na brincadeira de papéis? Que relações existem entre a fantasia e a realidade social da qual a criança é parte? No decorrer desta obra, procura-se responder a essas e outras perguntas. Espera-se, assim, contribuir para o enriquecimento da prática escolar cotidiana dos professores de educação infantil e auxiliar na formação dos estudantes do curso de pedagogia.

Autores: João Henrique Rossler - Lígia Márcia Martins - Marilda G. D. Facci - Rosimeire Simão

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FICHA DO LIVRO

Título: Brincadeira de Papéis Sociais na Educação Infantil - As Contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkoni
Autores: Alessandra Arce e Newton Duarte (Orgs).

Editora
: Xamã Editora
Páginas: 120
Edição: 1ª
Ano: 2006

Gênero: Educação - Educação Infantil - Pedagogia

ISBN:8575870637
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A República Guarani

Autor: Clovis Lugon.



A República Guarani, de Clóvis Lugon, é um marco na historiografia de uma das maiores façanhas da história humana: a experiência de uma sociedade de iguais construída e mantida por mais de 150 anos (1610 a 1770), na América do Sul, forjada no encontro de culturas muito diferentes, os jesuítas europeus e os guarani nativos.

A importância da obra se revela por vários motivos:
– primeiro, pelo objeto em si, ao procurar desvendar e revelar o que foi e como funcionava a sociedade construída a partir das missões jesuíticas junto ao povo guarani, sua economia, sua estrutura política, o desenvolvimento cultural, a indústria etc.;
– segundo, pela amplitude da pesquisa, pela consistência dos dados, pela abrangência da análise daquela sociedade;
– terceiro, pela coragem em defender teses até hoje polêmicas e contestadas, de que os guarani e os jesuítas colocaram em prática alguns sonhos da humanidade, como a vida igualitária, uma sociedade sem exclusões, com a garantia das bases da sobrevivência física gerando uma intensa atividade cultural e artística para o conjunto da sociedade.

Lugon demonstra, nesta obra, não só ter acontecido entre os guarani uma sociedade com características políticas de república – muito antes que qualquer república moderna estivesse instalada no mundo – mas também que a relação entre jesuítas e guarani produziu uma relação mais próxima de uma síntese cultural nova do que a dominação de um sobre o outro, típica do projeto colonial europeu em voga no continente americano à época. Enquanto a escravidão e a miséria grassavam em toda a América de então, entre os guarani não havia escravos nem miseráveis.

Por fim, o autor procurou demonstrar, com base em profusão de dados e registros históricos, que ali se construiu uma sociedade com características, além de republicanas, comunistas.

A primeira versão da obra, publicada no Brasil nos anos de 1970, apresentava o sugestivo título de República Comunista Cristã dos Guarani. A primeira edição, em francês, é de 1949. A versão atual passou por uma revisão do próprio autor. O próprio título, para distingui-la da primeira, é simplesmente A República Guarani, embora o autor não recue em nada na tese de que se tratou de uma sociedade com características típicas de uma sociedade comunista.
Uma obra profunda, instigante, polêmica e questionadora. Indispensável para se conhecer e interpretar a história latino-americana e projetar a construção de uma sociedade de iguais entre nós. Necessária para alimentar o sonho e implantar as bases de um projeto popular do povo latino-americano.

FICHA DO LIVRO

Autor: Clovis Lugon

Páginas: 248


ISBN
: 978-85-7743-116-8
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A semente foi plantada

Autor: Clifford Andrew Welch.

As raízes paulistas do movimento sindical camponês no Brasil, 1924-1964.

Apoiado em vasta documentação e percorrendo um lapso de tempo que vai das primeiras manifestações dos colonos das fazendas de café, no início do século XX, até as lutas dos trabalhadores das fazendas de cana por melhores condições de trabalho que antecedem o golpe militar de 1964, o estudo de Clifford Welch traça um amplo panorama das transformações nas condições de vida dos trabalhadores dos cafezais e canaviais paulistas, bem como das suas formas de organização e representação.

Utilizando-se de material de imprensa da época, de documentos produzidos pelas entidades patronais e de entrevistas com algumas lideranças que atuaram intensamente nos anos 1950/1960, o texto traz à luz informações detalhadas sobre a ação do Partido Comunista Brasileiro e da Igreja Católica no meio rural paulista, sobre o cotidiano dos militantes que buscavam conquistar a simpatia e o apoio dos trabalhadores do campo para suas causas, sobre greves e ações judiciais por eles encaminhadas.
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FICHA DO LIVRO

Páginas: 480


ISBN
: 978-85-7743-139-7
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Árvores geneticamente modificadas

Autor: Chris Lang.

Na Tailândia os agricultores chamam o eucalipto de “arvore egoísta”, porque as plantações de eucaliptos absorvem os nutrientes do solo e consomem tanta água que nos campos vizinhos não é possível plantar arroz. O povo indígena Mapuche da região andina entre Chile e Argentina se refere às plantações de pinheiros como “milicos plantados”, porque são verdes, formam fileiras e avançam. No Brasil as plantações florestais são chamadas de “deserto verde” e na África do Sul, “câncer verde”.
O livro propõe o debate sobre o avanço das plantações de árvores geneticamente modificadas, com a consequente amplição dos “desertos verdes” e demais efeitos devastadores para o meio ambiente.


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FICHA DO LIVRO

Autora: Chris Lang

Páginas: 128


ISBN
: 857743012-X


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Integralismo e Hegemonia Burguesa: a intervenção do PRP na política brasileira

Autor: Gilberto Grassi Calil

O movimento integralista desempenhou um papel importante para a manutenção da dominação burguesa entre 1945 e 1964. Esta hipótese geral orientou nossa pesquisa, e sua confirmação evidencia-se nas diversas tarefas desempenhadas pelo integralismo no enfrentamento, contenção e denúncia dos "comunistas"; na afirmação de uma concepção excludente de "democracia"; na defesa incondicional da propriedade privada; e em sua presença cotidiana nos mais diversos espaços institucionais buscando afirmar seu projeto por meio de graduais reformas regressivas, em consonância com a ordem dominante em suas características fundamentais.




FICHA DO LIVRO


Editora
: Edunioeste
Páginas: 390
Ano: 2010

Gênero: História


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Veja: o indispensável partido neoliberal



A professora do curso de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), passou meses dedicando-se à leitura paciente de pilhas de edições antigas da revista Veja. A análise tornou-se uma tese de doutorado, defendida na Universidade Federal Fluminense, e agora, em livro. "Veja: o indispensável partido neoliberal (1989-2002)" (Edunioeste, 2009, 258 páginas) é o registro do papel assumido pela principal revista do Grupo Abril na construção do neoliberalismo no país.
A hipótese defendida pela professora é de que a revista atuou como agente partidário que colaborou com a construção da hegemonia neoliberal no Brasil. Carla deixa claro que a revista não fez o trabalho sozinha, mas em consonância com outros veículos privados. Porém, teve certo protagonismo, até pelo número médio de leitores que tinha na época – 4 milhões, afirma Carla em seu livro.
"A revista teve papel privilegiado na construção de consenso em torno das práticas neoliberais ao longo de toda a década. Essas práticas abrangem o campo político, mas não se restringem a ele. Dizem respeito às técnicas de gerenciamento do capital, e à construção de uma visão de mundo necessária a essas práticas, atingindo o lado mais explícito, produtivo, mas também o lado ideológico do processo", afirma trecho do livro.



FICHA DO LIVRO


Editora
: Edunioeste
Páginas: 260
Ano: 2009



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Entrevista com a Autora:

"Veja foi indispensável para construir o neoliberalismo"




Carla Luciana Silva - Por Lia Segre - Observatório do Direito à Comunicação
07.05.2010 - http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=6573

A professora do curso de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) Carla Luciana Silva passou meses dedicando-se a leitura paciente de pilhas de edições antigas da revista Veja. A análise tornou-se uma tese de doutorado, defendida na Universidade Federal Fluminense, e agora, em livro. “Veja: o indispensável partido neoliberal (1989-2002)” (Edunioeste, 2009, 258 páginas) é o registro do papel assumido pela principal revista do Grupo Abril na construção do neoliberalismo no país.

A hipótese defendida pela professora Carla é que a revista atuou como agente partidário que colaborou com a construção da hegemonia neoliberal no Brasil. Carla deixa claro que a revista não fez o trabalho sozinha, mas em consonância com outros veículos privados. Porém, teve certo protagonismo, até pelo número médio de leitores que tinha na época – 4 milhões, afirma Carla em seu livro.

“A revista teve papel privilegiado na construção de consenso em torno das práticas neoliberais ao longo de toda a década. Essas práticas abrangem o campo político, mas não se restringem a ele. Dizem respeito às técnicas de gerenciamento do capital, e à construção de uma visão de mundo necessária a essas práticas, atingindo o lado mais explícito, produtivo, mas também o lado ideológico do processo”, afirma trecho do livro.

O livro pode ser adquirido diretamente com a autora, através do email\n
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Sobre o título do livro, porque “indispensável”? É uma brincadeira com o slogan da Veja ou reflete a importância da revista para o avanço do neoliberalismo no Brasil?
O título é uma alusão ao slogan da revista e ao mesmo tempo nos lembra que ela foi um sujeito político importante na construção do neoliberalismo. A grande imprensa brasileira foi indispensável para que o neoliberalismo tenha sido construído da forma que o foi. A Veja diz ser indispensável para o país que queremos ser. A pergunta é: quem está incluído nesse “nós” oculto? A classe trabalhadora é que não.
Quais os interesses defendidos por Veja?
Os interesses são os dominantes como um todo, mais especificamente os da burguesia financeira e dos anunciantes multinacionais. Em que pese o discurso de defesa da liberdade de expressão articulado à publicidade, o que importa pra revista são os interesses em torno da reprodução capitalista. A revista busca se mostrar como independente, o que se daria através de sua verba publicitária. É fato que a revista tem uma verba invejável, mas isso não a transforma no Quarto Poder, que vigiaria os demais de forma neutra. Ao mesmo tempo em que ela é portadora de interesses sociais, faz parte da sociedade, a sua vigilância é totalmente delimitada pela conjuntura e correlação de forças específica. O exemplo mais claro são as denúncias de corrupção e forma ambígua com que Veja tratou o governo Collor, o que discuto detidamente no livro.

Isso significa defender atores e grupos específicos? E, ao longo dos anos, estes atores mudam?
Essa pergunta é mais difícil de responder, requer uma leitura atenta, a cada momento histórico especifico. A revista não é por definição, governista [no período estudado]. Ela é defensora de programas de ação. No período analisado (1989-2002), sua ação esteve muito próxima do programa do Fórum Nacional [http://www.forumnacional.org.br/] de João Paulo dos Reis Velloso. Ela busca convencer não apenas seus leitores comuns, mas a sociedade política como um todo e também os gerentes capitalistas.

E que relação Veja estabelece com grupos estrangeiros?
Essa é outra pergunta que requer atenção e mais estudos. O Grupo Abril não é um grupo “nacional”. Suas empresas têm participação direta de capital e administração estrangeira. Primeiro, é importante ter claro que o Grupo Abril não se restringe a suas publicações. A editora se divide em várias empresas, sendo que a Abril é majoritariamente propriedade do grupo Naspers, dono do Buscapé [site de comparação de preços] e de empresas espalhadas pelo mundo todo, da Rússia à Tailândia. Essa luta pela abertura de capital [no setor das comunicações] foi permanente ao longo dos anos 1990 e a Abril foi o primeiro grande conglomerado [de comunicação] brasileiro a abrir seu capital legalmente. É bom lembrar que o grupo tem investido bastante também na área da educação, e por isso a privatização do ensino continua sendo uma meta a atingir.
Aconteceram várias edições do “Fórum Nacional” no período em que faz sua análise. Por que Veja defendeu com tanto afinco as resoluções, especialmente econômicas, saídas desse Fórum?
O Fórum Nacional tem vários títulos. Eles [os integrantes do Fórum] foram se colocando ao longo dos anos, desde 1988, como intelectuais que pensam o Brasil e defendem programas de ação – as formas específicas de construção de um projeto sócio-econômico, que mudaram ao longo dessas duas décadas. Não existe um vínculo orgânico da revista com o Fórum, ao menos não o comprovamos, mas existe uma afinidade de programa de ação. A tentativa de reforma da Constituição em 1993 foi um bom exemplo, conforme desenvolvo no livro.

No livro, você aponta que a Veja “comprou” as idéias no Fórum Nacional, transformando-as numa verdadeira cartilha econômica para salvar o Brasil no começo dos anos 90. Quais seriam os principais tópicos desta “cartilha”?
O Fórum Nacional surgiu em 1988 como uma forma de organizar o pensamento e ação dominante. Ele se constituiu um verdadeiro aparelho privado de hegemonia, buscando apontar caminhos para a forma da hegemonia nos anos 1990. E existe até hoje, fazendo o mesmo. Portanto, ele não é apenas uma fórmula econômica, mas de economia política. Tratou de temas relevantes como “modernidade e pobreza”, “Plano Real”, “Segurança”, “estratégia industrial”, “política internacional”, sempre trazendo intelectuais considerados “top” do pensamento hegemônico para ver, a partir de suas pesquisas, quais caminhos deveriam ser seguidos, não apenas pelos governos, mas também pela sociedade política, ditando os rumos da economia.

Essa “cartilha” econômica foi atualizada? Você se recorda de alguma campanha recente em que a revista tenha tomado a frente?
A atualização é constante, mas não é uma cartilha. O Fórum e a revista são independentes um do outro, ao que parece, não há um vinculo orgânico. Mas Veja assumiu várias campanhas, sendo a principal delas a manutenção do programa econômico de Fernando Henrique durante todo o governo Lula. A blindagem feita ao presidente Lula da Silva foi imensa, especialmente se compararmos com o que foi feito do caso do mensalão ao que ocorreu no governo Fernando Collor. O que explica isso parece ser claramente a política econômica [de FHC e reproduzida por Lula] que garantiu lucros enormes aos bancos e a livre circulação de capitais, além de outras políticas complementares.

Qual foi a importância da revista para a corrente neoliberal desde Collor? Dá para mensurar?
Foi muito importante, mas não dá pra mensurar. É importante que tenhamos claro que o neoliberalismo não é uma cartilha, por mais que se baseie em documentos como o Consenso de Washington, por exemplo. Ele não foi “aplicado”. Foi construído como projeto de hegemonia desde os anos 1980. A grande imprensa participou da efetivação de padrões de consenso fundamentais: as privatizações, o ataque ao serviço público, a suposta falência do Estado. É importante olharmos hoje, pós crise de 2008, para ver que muitos desses preceitos são defendidos como saída da crise.

Qual a importância de Veja para as privatizações?
Difícil medir dessa forma. Posso falar da importância das privatizações para Veja: elas precisavam acontecer de qualquer forma. E isso era um compromisso com o projeto que representava e com os seus interesses capitalistas específicos, do Grupo Abril. É bom lembrar que a criação de consenso em torno desse ideal foi importante para que o grupo pudesse abrir seu capital oficialmente ao capital externo.

Veja deixa de ser neoliberal para ser neoconservadora? Digamos assim, amplia sua atuação do debate econômico, fundamental à implantação do neoliberalismo, e passar a fazer campanhas também em outras pautas conservadoras?
Não vejo essa distinção. Neoliberalismo foi um projeto de hegemonia, uma forma de estabelecer consenso em torno de práticas sociais específicas. A forma do capitalismo imperialista, portanto, não se restringe à economia. A política conservadora sempre esteve presente no neoliberalismo, haja visto a experiência de [Ronald] Reagan [presidente dos Estados Unidos] e [Margareth] Thatcher [primeira-ministra da Grã-Bretanha], a destruição do movimento sindical, a imposição do chamado pensamento único. Por esse caminho chegou-se a dizer que a história tinha acabado e que a luta de classes não fazia mais sentido. Os movimentos sociais foram duramente reprimidos e, além disso, se buscou construir consenso em torno de sua falência, o que foi acompanhado pelo transformismo dos principais partidos de esquerda, especialmente no Brasil. O que vemos hoje é a continuidade dessa política. Os dados dos movimentos sociais denunciam permanentemente o quanto tem aumentado a sua criminalização ao passo que os incentivos ao grande capital do agrobusiness só aumenta.

Existem diferenças muito contundentes entre a Veja de 89, a de 2002 e a de hoje?
Há diferenças claro. Havia, em 1989, um grau um pouco mais elevado de compromisso com notícias, com investigações jornalísticas, o que parece ter se perdido totalmente ao longo dos anos. A revista se tornou uma difusora de propagandas, tanto de governos como de produtos (basta ver as capas sobre Viagra ou cirurgias plásticas).

Já nos primeiros capítulos do livro, você chama atenção para o fato de Veja ser muito didática e panfletária quanto ao liberalismo. Ela deixou de fazer apologia ao neoliberalismo de maneira tão clara?
Teria que analisar mais detidamente. Essa é uma coisa importante: sentar e ler detidamente, semanas a fio, pra podermos concluir de forma mais segura a posição da revista.

Em algum momento do período analisado a revista foi muito atacada por alguma cobertura específica?
Sim, a revista teve embates, especialmente com a IstoÉ e, posteriormente, com a Carta Capital. Essas revistas talvez tenham ajudado a tirar uma ou outra assinatura de Veja em conjunturas especiais. O caso Collor não é simples como parece. A revista Veja fazia campanha nas capas mostrando o movimento das ruas e dentro do editorial ia dizendo que o governo deveria ser mantido em nome da governabilidade. Foi quando isso se tornou insustentável que ela defendeu a renuncia do presidente (e não o impeachment). Mas depois, construiu uma bela campanha publicitária. A Abril colocou luzes verde amarela em seus prédios, lançou boton comemorativo, pra construir memória, dizer que foi ela que derrubou o Collor. O importante é a gente perceber que não é esse o movimento mais importante. O importante é a gente ter instrumentos contra hegemônicos que nos permitam construir uma visão efetivamente critica do que está acontecendo. É importante ressaltar que ela [Veja] sempre fala como se fosse a porta-voz dos interesses da nação, do país, da sociedade, e como se não fosse ela portadora de interesses de classe.
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Marx e o socialismo

Autor: César Benjamin.

A partir da obra de Marx, César Benjamin reuniu quatro textos escritos ao longo de quase um século. Franz Mehring, ajudado por Rosa Luxemburgo, contextualiza a preparação e a publicação de "O capital", oferecendo um roteiro básico de leitura da obra de Marx. Maurice Dobb contribui ao debate sobre o papel do planejamento nas economias socialistas. Martin Nicolaus sugere uma revisão crítica de todos os textos anteriores de Marx, a partir do amadurecimento de categorias fundamentais desenvolvidas nos Grundrisse. Finalmente, César Benjamin apresenta uma interpretação crítica da forma como o problema da transição ao socialismo foi resolvido nas primeiras décadas do século 20.
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FICHA DO LIVRO

Autores: César Benjamin
Páginas: 160


ISBN
:
85-87394-43-6
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